Repórter Jota Anderson
Depois que o governo decidiu revogar as novas regras relacionadas ao sistema de pagamentos instantâneos Pix, o volume de transações disparou, registrando um recorde em janeiro. Na última segunda-feira, as operações totalizaram impressionantes R$ 117,4 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central. Este é o maior volume diário já registrado neste mês.
Para efeito de comparação, na segunda-feira da semana anterior, o sistema registrou R$ 86,8 bilhões em 158,7 milhões de transações. O aumento significativo sugere que a revogação das novas regras foi um fator determinante para o crescimento do volume de pagamentos.
A decisão de suspender as novas diretrizes foi anunciada pelo governo na quarta-feira passada. Essas regras, introduzidas por meio de uma Instrução Normativa publicada em setembro de 2024, haviam entrado em vigor em 1º de janeiro deste ano. Entre outras mudanças, as normas ampliavam os tipos de instituições financeiras obrigadas a informar à Receita Federal sobre as movimentações dos clientes. Antes, apenas bancos tradicionais estavam sujeitos às exigências.
A medida gerou receios na população e acabou sendo alvo de uma onda de desinformação. Entre as fake news disseminadas, destacava-se a falsa informação de que as transações via Pix passariam a ser taxadas. Essa narrativa contribuiu para uma maior tensão e incerteza em relação ao sistema, pressionando o governo a voltar atrás.
O Pix, lançado em 2020, tornou-se rapidamente um dos meios de pagamento mais populares no Brasil devido à sua simplicidade, agilidade e ausência de tarifas para pessoas físicas em grande parte das operações. Com a revogação das novas regras, o sistema parece ter recuperado a confiança dos usuários, reafirmando sua importância no cenário financeiro nacional.
Especialistas apontam que o crescimento expressivo no volume de pagamentos indica a relevância de manter o Pix como uma plataforma acessível e livre de burocracias adicionais, garantindo assim seu papel central na democratização do acesso a serviços financeiros no Brasil. Resta agora acompanhar os próximos passos do governo em relação à regulamentação do sistema e o impacto dessas decisões no comportamento dos usuários e na economia do país.