Repórter Jota Anderson
O salário mínimo no Brasil deveria ser de R$ 7.067, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O valor, referente ao mês de dezembro, é quase cinco vezes maior que o salário mínimo oficial definido pelo governo para 2024, de R$ 1.320.
A estimativa do Dieese leva em consideração as despesas básicas de uma família composta por quatro pessoas – dois adultos e duas crianças – para cobrir custos com moradia, alimentação, saúde, educação, lazer e outros direitos garantidos por lei. O principal indicador utilizado no cálculo é o preço da cesta básica.
Em dezembro, o custo da cesta básica variou de acordo com a região. Em São Paulo, o maior valor apurado foi de R$ 841, enquanto em Aracaju, o custo mais baixo foi de R$ 554. Na média nacional, o trabalhador precisou dedicar 109 horas de trabalho para adquirir uma cesta básica completa. Isso equivale a mais de duas semanas e meia de trabalho, considerando uma jornada de oito horas diárias, de segunda a sexta-feira.
Os dados reforçam a disparidade entre o salário mínimo vigente e o montante necessário para garantir condições dignas de vida para os brasileiros. O levantamento do Dieese é um termômetro das dificuldades enfrentadas pelas famílias para equilibrar o orçamento e manter o acesso aos bens e serviços essenciais.
A discussão sobre o salário mínimo ideal também evidencia a necessidade de políticas públicas que promovam reajustes salariais alinhados à realidade econômica do país, além de iniciativas para conter a inflação e reduzir as desigualdades regionais no custo de vida. Enquanto isso, milhões de brasileiros continuam enfrentando desafios diários para atender às necessidades básicas de suas famílias.
